quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Carta ao amigo

O raciocínio anda lento. Se arrasta na lama do caos.
Arrasta só o essencial, por que o resto é impossível.
E infelizmente se esquece do impossível.

A mente anda cansada. Estafada com a pequenez.
Estafada com a mediocridade da estupidez.
Estupefata com a pequenez.

A linearidade está confusa. Confusa com tantas linhas a seguir.
Confusão é a constante certeza do ultimamente.
Ultimamente me esqueço do que fazia.

A memória anda esquecida. Esquecida pelo acúmulo.
Acúmulo de lógicas e coisas a lembrar.
Lembrar do que não foi.

O coração anda angustiado. Angústia do tempo.
Tempo que não anda, não chega, não passa.
A passos fortes ouve-se o coração.

Os pés se movem, ansiosos. Ansiedade do desconhecido.
Desconhecido esse que se vê no horizonte.
Horizonte, que a passos largos se aproxima.

O horizonte se projeta longo. Longo como a visão.
Visão de tempos melhores e mais calmos.
Calmos como o caos.

O caos se mostra adequado. Adequado como o Sol.
Sol que ilumina, aquece, anima e regenera.
Regenera a queimadura.

Os olhos diante das lágrimas se turvam. Turvam o motivo.
Motivo este que por pouco se perdeu e morreu.
Morreu o brilho dos olhos.

A amizade se foi, se evaporou. Evaporou no começo.
No começo se foi, e lembrada será até o final.
Finalmente agora, só as saudades.

Gostaria que você estivesse aqui. Aqui, como eu estive.
Mas eu estive, e você não mais o é.
É, foi, estava, gostaria. Se.

Tenha uma boa vida, meu amigo. Seja feliz.

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